4.12.15

Entrando numa roubada

2015. Há alguns anos, um grupo de amigos fizeram um filme de grande sucesso no qual a renda foi desviada. Hoje todos estão em subempregos, e vivendo com grandes dificuldades (óbvio). O único entre eles que se deu bem foi o que se tornou pastor (e que desativa salas de cinemas para implantar sua igreja). Os amigos se reúnem para um novo filme. Uma proposta ousada de cinema e realidade. Paralelamente, um deles trama se vingar. Utilizando uma técnica polonesa (fictícia) de encenação, eles viajam pelas estradas do interior de São Paulo e praticam assaltos em estabelecimentos comerciais enquanto filmam as cenas. A falta de verossimilhança se realiza pela primeira vez quando diante de cenas cruas de assalto alguns dos atores não percebem que se trata de um assalto real. Ah, por favor! Nem em animação infantil alguém tão burro é aceitável. A direção é inconsistente e mantém o pé no freio durante toda a película. O filme tem boas sequências de ação e bons momentos de comédia, no entanto, a inserção de cenas pseudo dramáticas quebram o clima em vários momentos. A fotografia é bem trabalhada e trilha sonora é de bom gosto. O roteiro tem um problema grave que é subestimar a inteligência tanto do espectador quanto das personagens. Se perde um pouco quanto às motivações dos protagonistas que ficam vagas entre suas atitudes e suas crenças morais. Eu esperava que em algum momento todos iriam 'chutar o pau da barraca' e continuar o plano mas a todo momento um texto com alguma questão moral saía da boca de algum personagem. Além disso, a trama cria expectativas que não se realizam. A maior delas é o motivo maior do filme (inclusive alvo do marketing e da publicidade da película) que é conseguir realizar um filme com baixo orçamento. Putz! Termina o filme e, apesar de conseguirem concretizar a vingança, continuam todos na mesma e não exibem nem o copião das filmagens que realizaram. Por fim, o filme tem bons elementos mas deixa a desejar.

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