22.10.03

A Fúria da Avalanche

É um filme de suspense na neve. Uma bela fotografia. Uma trilha legal. A direção não gostei. A história se passa numa montalha gelada do Canadá, num parque com pistas de esqui. Frequentado por jovens snowboarders e esquiadores, parque está numa crise financeira. Alguns jovens resolvem ir esquiar numa região proibida devido ao risco de avalache. No mesmo instante um funcionário do parque coloca explosivos para causar uma avalanche controlada para evitar uma maior depois. Ao explodir a primeira carga de explosivos a avalanche provocada soterra 3 snowboards e 2 funcionários do parque. Decorre então uma sequência de mal-entendidos, má vontade e inveja, dificultando o resgate enquanto os sobreviventes tentam escapar da neve em que estão presos. É um filme legal.

A Soma de Todos os Medos



É um ótimo filme. Chega a ser complexo, pois trata do medo enquanto motor de ações que podem determinar o destino de nações. O filme fala de como um mal-entendido e uma pessoa mal-intensionada podem fazer tremer pessoas inseguras. A história se passa nos anos 2000 e trata da relação entre EUA e Rússia. Um míssil nuclear israelence (logo, americano) é encontrado e vendido no mercado negro, seu conteúdo é trabalhado, instalado numa máquina de cigarros e colocado num estádio. Programado, ele explode no momento em que o presidente americano está presente no jogo. Devido a intromissões políticas americanas nas questões da Chechênia, os russos avisaram que não aceitariam tais intromissões. A mensagem foi interpretada como uma ameaça, o que levou o alto escalão americano a acreditar que aquele atentado seria uma retaliação russa. Começa então um jogo de medo e falta de comunicação que quase culmina numa guerra nuclear. É um filme tenso, com uma direção impecável, uma trilha bem ajustada e uma fotografia espetacular. O que mais gostei foi das fotos de satélites, muito show! 
Visite o site Sum of all fears movie

7 minutos



É uma peça de teatro dirigida por Bibi Ferreira e escrita por Antonio Fagundes. Trata do comportamento do público de teatro e as indignações de um ator experiente. É bem engraçada e acho que a fórmula é bem gostosa. Poucas câmeras, poucos atores, um cenário e muita história pra contar. Assistí-lo foi como ir ao teatro. O que faltou mesmo foi uma trilha sonora, mas a fotografia está ótima e a direção também. 7 minutos é, segundo a teoria defendida pelo ator, o tempo usado pela tv para prender a tenção do espectador, diferentemente do teatro que exige um tempo bem maior, com isso ele tenta justificar a falta de educação no teatro e a falta de respeito pelo trabalho do ator. No fim o que a peça faz é valorizar o público, o ator e o teatro, aproveitando pra disseminar uma cultura de respeito e educação no ambiente teatral. Adorei! Com Antonio Fagundes, Suzy Rego,Denis Victorazo, Luiz Amorim, Neusa Maria Faro, Tacito Rocha e Juliana D`antin.

11.10.03

Apanhador de Sonhos


É um grande filme trash. Gostei do filme apesar das severas críticas que li e ouvi. Baseado no primeiro livro de Stephen King, o filme se passa em Ohio durante o inverno e conta como alguns garotos adquiriram poderes especiais (especialmente telepatia) a partir de um contato mais próximo com um garoto excepcional. O filme mistura terror e ficcção científica na neve. O roteiro é muto intrigante e cria uma realidade perfeita e ao mesmo tempo absurda. A fotografia é belíssima, mas a trilha não é destaque. A Terra foi invadida por E.T.s que pretendem dominá-la em poucos tempo. Nada que as forças especiais fazem poderão impedir o desastre mundial, mas os garotos, agora homens feitos, aparecem para impedir os planos alienigenas. O filme tem passagens maravilhosas e metáforas incríveis além de diálogos bem engraçados. Apesar das absurdidades do filme, eu gostei, e olhe que tem coisas tão absurdas que chegam a ser ridículas.

http://dreamcatchermovie.warnerbros.com/

As horas


É um filme denso, mas poderia ser intitulado "A TPM e a morte". O filme trata de 3 mulheres em épocas e locais diferentes, lidando com problemáticas ligereiramente parecidas. É difícil explicar o roteiro por sua densidade poética, existencial e filosófica. O filme chega a ser confuso na primeira meia hora, mas aos poucos vamos nos envolvendo com a primeira mulher que representa a escritora Virginia Woolf vivendo nos anos 20 escrevendo "Mrs. Dalloway" , depois com a esposa grávida que vive tristemente uma vida perfeita com esposo e filho nos anos 50 e é leitora do livro "Mrs. Dalloway" de Virgínia, e com a mulher moderna, editora de livros, que mora com a amiga nos anos 90 e ajuda seu ex-namorado aidético escritor que a chama de "Mrs. Dalloway". Cada uma vive num universo bem particular, o que elas têm em comum é o amor pelo livro e a ansiedade da morte. A direção é quase sublime, a fotografia é muito boa, a trilha é bem triste, muito piano e tal... . O título se refere ao título que V. Wolf teria cogitasdo para o romance Mrs. Dalloway.

http://www.thehoursmovie.com/

Núcleo


É curioso e interessante, mas bem óbvio. Descargas eletrostáticas e magnéticas estão matando pessoas e ocasionando catástrofes em todo o mundo, uma equipe é secretamente reunida e concluem que o núcleo da Terra parou e que alguém tem botá-lo pra rodar de novo ou é o fim da vida na Terra. Um hacker é contratado para impedir que informações vazem pela Internet e em 3 meses gastam 50 bilhões de dólares pra fazer uma nave capaz de resistir a milhares de graus de temperatura e pressões inimagináveis. Pronto, a partir daí o que vemos é a tripulação morrer um a um até sobrarem os... vc sabe quem! Efeitos especiais legais, mas nada novo, parece até que aproveitaram o que não usaram no Independece Day e no Armaggendom. Vale pela curiosidade. A direção é comum, a fotografia e a trilha idem, mas gostei do filme.

http://www.thecoremovie.com/

1.10.03

Prenda-me Se For Capaz


Conta a história verídica de um falsário que se deu bem. O cara rodou o mundo inteiro fingindo ser co-piloto da Pan-am, passou vários milhões de dólares em cheques sem fundo, fingiu ser médico graduado em Harvard e depois advogado formado em Berkeley. Foi preso no interior da França, no Natal do ano em que completou 18 anos, foi extraditado pra os EUA, onde fora condenado há 12 anos de prisão, que cumpriu em regime de prestação de serviços para o FBI. Hoje é um dos consultores mais respeitados do mundo em falsificação e ganha milhões de dólares por ano e seu grande amigo é o mesmo cara que o prendeu. Belo exemplo de vida! Direção clássica, fotografia idem, música ibidem, bem ao padrão hollywoodiano.
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Deus é Brasileiro


O destaque é a trilha sonora, que traz entre outros, Djavan, Lenine, Hermeto, Siba (ex-Mestre Ambrósio), Chico Science e Fred 04, Cordel do Fogo Encantado, e muita música popular. O filme passeia pelas praias de Alagoas, pelas palafitas do Recife e por Tocantins. O texto é repleto de comédias e tiradas cômicas entre Deus, Taóca e Máda. A fotografia é muito bonita e a direção é bem interessante. O pecado é o roteiro, que termina do jeito que começa. Parece que Deus não tinha o que fazer e veio à passeio. O caráter e as características de Deus são as mais humanas possíveis. Orgulho, preguiça, impaciência e um certo ar de superioridade. O filme exibe uns efeitos especiais interessantes mas não surpreeendentes. É um filme legal, você assiste numa boa. Baseado na obra de João Ubaldo Ribeiro "O santo que não acreditava em Deus", conta uma história interessante, mas dizer que os homossexuais vão salvar o mundo é um pouco demais. Paloma Duarte está + linda do q nunca. Um filme muito bom, mas perde pra "Lisbela" e ganha de longe do "Homem que copiava". Moral da história: o homem inventou Deus, então ele já tá fazendo seu papel sendo deus, não pode ser responsabilizado por nada.
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A Liga dos Homens Extraordinários

Um filme espetáculo. Com vampiros, caçadores, cowboys, cientistas malucos, e o auge das possibilidades tecnológicas de 1899. A história é sem pé nem cabeça, mas as cenas são de impacto. O filme tem aquele clima inglês de ser, sombrio e mecânico. Não sabia que os anais de Veneza eram tão grandes e fundos. Nem que dava pra chegar na Mongólia pela água. Tem uma ótima trilha sonora, os efeitos são muito bons, a direção também é loucura. É filmão, mas não chamaria de imperdível.

Chicago


Dizem que é um filme musical, mas não espere ver aquelas chateações que passavam na tv, é um estilo bem diferente. Tem uma dinâmica fabulosa. A fotografia e direção de arte se destacam. As músicas são ótimas. O filme conta a história de uma moça casada que traia o marido pra conseguir um lugar no show bizz. Ela acaba matando o amante e vai presa. O filme é bastante denso no que se relaciona aos valores morais americanos, tanto na imprensa, quanto na justiça. Poderia ser um filme de tribunal também. É um filme gostoso e engraçado. Esteticamente é uma obra-prima. Mereceu mesmo todos aqueles oscars. Mudou minha visão sobre musicais.

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Hell

Um dos melhores filme de Van Damme. Com uma fotografia pobre, uns bons efeitos visuais, uma direção tradicional e uma trilha clássica. O filme tem uma certa profundidade existencial. A sina de guerreiro do Van Damme é reforçada como sempre, mas este filme tem um toque diferente, talvez por se tratar de uma prisão russa, com costumes e rotinas diferentes, sei lá. É um bom filme. Van Damme mata o assassino de sua mulher e é preso. Se vê discriminado dentro da cadeia por sua nacionalidade, que também o tranforma em um mito lá dentro. Basicamente o filme trata do sentido da masculinidade na prisão, da justiça e de um motivo para viver, com uma busca pelo que você verdadeiramente é. Não é um filme fácil de se rotular, entretenimento puro.

O Resgate de Harrison

(Harrison's flowers)
É um ótimo filme sobre a guerra dos sérvios e croátas na Iugoslávia. Mostra a visão, coragem, audácia e loucura dos fotográfos que se metiam no conflito para registrá-lo. O filme dá a entender que os croátas eram bem mais tolerantes que os sérvios, sendo estes uns malucos-assassinos-preconceituosos. O filme conta a história de um fotógrafo americano ganhador do Pulitzer Harrison Lloyd, amigo daquele que tirou aquela famosa foto do cara na frente do tanque de guerra, Yeager Polack. Ele é dado como morto e sua esposa vai à Iugoslávia procurá-lo confiante que ele ainda está vivo. Embarcamos com ela numa viagem impressionante pelas estradas do país em gueera. É uma loucura. O grau de realismo é tão grande que procurei, mas não achei nada na net nada sobre esses caras, concluo que sejam nomes fictícios e ainda não sei até que ponto foi baseado em fatos reais. É um filme de amor e coragem. Muito interessante. Um suspense dramático. Quase não tem trilha sonora, mas a fotografia e direção são ótimos. Sem falar que Andy MacDowell é um tesão de mulher.
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Tabu (Gohatto)

Um filme intrigante. A história se passa na segunda metade do século XIX no interior do Japão, naquela época o Japão era dividido entre os isolacionistas e os não-isolacionistas. Conta a história de um belo jovem que treinava para ser samurai e que atraía os desejos de vários homens. O filme tem um clima muito mais reflexivo do que crítico e não é explícito como "Império dos Sentidos", na cena mais forte fica clara a encenação. Ainda assim é um filme polêmico pois trata do homosexualismo entre guerreiros. A fotografia do filme é impecável, uma estética primorosa. A direção é meio estranha e a trilha é mui bella. Por conhecer pouco da cultura nipônica não posso me aprofundar na análise do filme, coisas como o corte de uma árvore no final do filme ficaram simplesmente no ar pra mim, só depois vim saber o que simbolizava (no artigo abaixo). Recomendo este filme principalmente se vc tiver com quem conversar sobre o Japão. 

O texto abaixo não é meu mas ajuda a compreender o filme.

Gohatto (Taboo) é um dos filmes mais impressionantes da competição. Mas é difícil saber se é um filme do qual se gosta, realmente, ou se ele desperta uma admiração um pouco fria, como o teorema perfeito que é. 

Oshima fez um filme de uma lógica implacável. É fácil e até sensacionalista definir Taboo como uma história de amor entre homens ou um filme sobre homossexualismo no meio dos samurais. O filme é isso, claro, mas é muito mais. A milícia de samurais de Taboo constitui um mundo fechado nas próprias regras. Elas são subvertidas pela chegada desse garoto que representa a beleza e que desperta a paixão obsessiva dos homens do clã, fazendo com que eles se matem entre eles. A beleza, segundo Oshima, é destrutiva e mortal em Taboo. 

Na coletiva, o cineasta explicou que o tema surgiu como uma alternativa possível depois que ele não conseguiu tornar viável o filme que pretendia fazer sobre outra relação homossexual - a de Rodolfo Valentino, o latin lover por excelência do cinema americano nos anos 20, e do japonês Sessue Hayakawa, que fazia carreira em Hollywood. Oshima jura que não fez Taboo só para escandalizar. Há cenas pesadas de sodomia, mas o cineasta acha que elas são necessárias para o relato. 

Ele lembra que "Império dos Sentidos", com suas cenas de sexo explícito que fizeram sensação aqui em Cannes nos anos 70, continua um filme meio maldito. 

Foi proibido, há pouco tempo, de passar na Coréia, quando o país se abriu para os filmes japoneses. Oshima afirma não temer o homossexualismo como tema dramático. "Todo agrupamento de homens no cinema - em filmes de guerra, de samurais ou de westerns - comporta sempre um elemento homossexual, que as pessoas só não vêem se não querem." 

O plano final de Taboo é um dos mais belos desse festival. Takeshi Kitano, identificado nos créditos somente como Beat Kitano, despedaça a cerejeira com um golpe de sabre. É um símbolo da derrocada do mundo dos samurais. O curioso é que, no mesmo dia em que passou o filme de Oshima, em concurso, também foi exibido, fora da competição, Crouching Tiger Hidden Dragon, de Ang Lee, com Chow Yun-fat. Um filme de kung fu, elevando o método oriental de luta à condição de uma das mais belas artes. Ang Lee criou uma elaborada coreografia da violência, mas fez um filme que subverte as regras do gênero porque nele as mulheres encarnam virtudes tradicionalmente representadas pelos homens nesse tipo de aventura.