29.7.14

Jogo Bruto

A trilha sonora é muito boa. A direção também é valoroza. A fotografia é locações são pouco qualificadas apesar de ser extremamente favorecidas pela beleza de Chicago. O que estraga o filme é o roteiro mesmo. Confuso e cheio de piadas fora de timming. Um policial injustiçado torna-se xerife de uma cidade do interior (o que frustra sua bela e insossa esposa. O filho de um policial da cidade grande é morto numa operação por mafiosos traficantes. Seu desejo de vingança o faz propor ao injustiçado a redenção se ele vingar a morte do filho numa operação ilegal. A trama é tosca e confusa. Policiais honestos e corruptos interagem com bandidos egoístas e ambiciosos. São quatro grupos de pessoas: policiais brigando entre si e bandidos brigando entre si. Por fora chega Schwarzenegger, todo bonzão, botando areia na bagunça. Ele passa o filme todo pra se infiltrar e quando tudo caminha bem uma grande merda faz ele entregar o jogo o matar todo mundo sem sofrer quase nenhum arranhão. É bala pra todo lado. De pistola, revólver, espingarda e vários tipos de metralhadora. Morre mais gente que o carai e no fim ele dá  250 mil dólares pra uma vagaba e vai fazer coaching pro seu ex-chefe baleado.  É diversão sádica e entretenimento fútil, ou seja, bom filme.

25.7.14

O Cangaceiro


A direção é supervisionada por Carlos Coimbra diretor de dois clássicos do tema da década de 1960. É uma história de ficção com todas as referências possíveis do que era o sertão dos fins dos anos 1920. Reizado, bumba-meu-boi, ciranda, palhaços de circo, feirinhas, banda de coreto, xaxado, baião, poesia, etc. 
Atuações sofríveis. Sadismo violento e piadas fora de tempo. Frases de efeito sem grandes resultados, do tipo: 'Bala perdida não traz letreiro'; 'Chuva que muito troveja não cai'; 'Macaco que muito pula quer chumbo'; 'Cangaceiro sabe o dia que nasce mas não sabe o dia que morre"...
Situações e diálogos forçados e artificiais. E os sotaques irritam de tão forjados. 

É uma caricatura dos filmes anteriores. Originalidade passa longe deste filme. Tudo que presta aqui é arremedo do que se vê dois outros filmes de Carlos Coimbra. 

A opção estética do filme é um equívoco. Especialmente tendo Domiguinhos como cangaceiro cantando com playback a toda hora no acampamento. Mas ainda fica pior quando entra o jovem talentoso Alexandre Pires na trilha sonora.
A história se passa no interior de Pernambuco no início dos anos 1930. Galdino é um cangaceiro violento e sarcástico. Cobra uma 'paga' de vários fazendeiros. Suspeitando ter sido traído por um fazendeiro e o prefeito de uma pequena cidade, ele é seu bando invadem a cidade durante uma festa promovida pela prefeitura. Lá eles rendem as forças policiais, matam o prefeito e sequestram sua sobrinha para cobrar um resgate. Paralelamente, Maria, mulher de Galdino, arrasta a asa pra um dos subordinados dele e cria um clima tenso no bando. Ela está grávida do cara e o Galdino não sabe. O subordinado é Teodoro, um sujeito com cara de gaúcho e cheio de senso moral que fica tomando conta da refém. E é dizendo que não quer fazer mal a ela que ele consegue comê-lá e tirá-la escondida do cativeiro. O roteiro é ruim demais. Ainda botaram uma criança no meio do cangaço pra ser acobertada por Maria e ficar fazendo serviços de recado pro bando. E o menino só tá no enredo pra justificar a participação especial de dois atores famosos no início e no fim do filme. 
Existe também uma falta de respeito temporal que nem convêm comentar. Ainda pra fechar o filme, o tal Teodoro deixa a moça em proteção e enfrenta sozinho o bando de Galdino. Mas como é um filme Galdino faz um acordo de cavalheiro com o traidor o que permite que o garoto mate Galdino enquanto os cangaceiros matam Teodoro.

24.7.14

Lampião O Rei do Cangaço (1964)

Dirigido por Carlos Coimbra. Glória Menezes como Açucena. A trilha sonora orquestrada é um sofrimento pra mim. Nota-se um apuro exagerado na música e a música-tema de Lampião é explorada ao limite. É um filme tão parecido com o ficcional de 1961 (A Morte Comanda o Cangaço) que bem poderia fazer parte do projeto para uma trilogia. A diferença mais gritante é a qualidade da produção. O roteiro tem certas soluções que causam estranheza e possui alguns elementos audaciosamente cômicos. A cultura regional é mostrada de maneira incrívelmente variada e exibe um grande elenco de modalidades poéticas, crenças, festas, vaquejadas, cabarés, crendices, danças, ritos e músicas. O argumento é repleto de frases de efeito e citações dramáticas. Aqui a direção abusa dos clichés e a montagem tem falhas graves. Baseado em histórias e fatos verdadeiros expõe de modo simplório e raso o envolvimento do Governo com o advento do cangaço e a problemática Coluna Prestes com sua ideologia de justiça igualitária. O pai de um jovem fazendeiro é morto por capangas em Alagoas. Ele jura vingança e se torna conhecido no sertão pelo nome de Lampião. Para combater os rebeldes militares da Coluna Prestes o Governo arma o bando de Lampião até de metralhadoras, lhe dá patente militar e o envia a Pernambuco. Depois de haver anulado a Coluna Prestes, o Governo passa a tratar Lampião e seu bando como criminosos. Encurralado e com poucos homens Lampião parte pra Bahia onde encontra Maria Bonita.

23.7.14

A Morte Comanda o Cangaço (1961)

Dirigido por Carlos Coimbra. As cercanias rochosas e verdejantes do sertão de Quixadá (onde hoje existe uma pista de pouso para naves espaciais), interior do Ceará, serviram de locação para as filmagens. A beleza feminina é um fetiche imortal. Apesar de não protagonizar, as atrizes que fazem o elenco de apoio são encantadoras. A história é uma ficção baseada na realidade do sertão no ano de 1929. Silvério é um cangaceiro protegido por um coronel (como eram chamados os grandes fazendeiros do NE) que lhe fornece armas e munições em troca de certos favores como a cobrança e extorsão de dinheiro e gado dos pequenos agricultores. Um desses fazendeiros sobrevive a um ataque que deixou sua mãe morta e sua pequena propriedade em ruínas. Ele monta um grupo de homens desejosos de vingança e passam a caçar os cangaceiros. Fica uma espécie de cangaceiros do bem contra cangaceiros do mal enquanto a polícia e a população se ferra. O filme é muito rico em retratar as diversas manifestações culturais da caatinga, desde rituais religiosos (enterros, beatos, benzedeiras, fechamento de corpo, orações e hinos) até formas de divertimento e lazer (músicas, instrumentos, danças, roupas, indumentária, churrasco, vaquejada, comércio, etc.) Não dá pra exigir muito das atuações que são muitas vezes caricatas. Os clichés são óbvios e explícitos mas bem usados. Os textos tem seus bons momentos e o roteiro é bem resolvido. A fotografia não dá pra avaliar com precisão mas é bem equilibrada e usa bem os contraplanos e as nuances da iluminação natural. A trilha sonora é aquela orquestra típica e datada de filmes daquele período com a diferença que aqui ele dispõe de um grande leque de músicas regionais de sensível valor histórico. É verdadeiramente um faroeste brasileiro. Uma hora e quarenta de perseguição entre garranchos, sob sol escaldante e romance estereotipado em meio a tiro, maldade e sangue.

22.7.14

X-Men Dias de um Futuro Esquecido

Muito aquém do que eu esperava. O traje da Mística está tosco e nem de longe lembra o deslumbre da época da Milla Jovovich. O roteiro é uma enganação de pseudo complexidades vazias e sem sentido. Não é um filme sério e despreza a inteligência do espectador. Nivela por baixo e agrega pouco ao universo Marvel. Totalmente diferente da HQ a qual faz referência, acho que deveriam até ocultar o comparativo posto que é infinitamente inferior. Está tudo errado no filme e nada me convenceu. A bem da verdade lutei para não dormir diante de tanto blá blá blá sem sentido. Wolverine é enviado para suas lembranças no passado e passa a viver de novo na década de 1970. Precisa evitar que Mística mate o cientista responsável pelo Projeto Sentinela que no futuro matará mutantes e humanos e implantará uma espécie de supremacia das máquinas. Muitas premissas estão equivocadas no filme mas a pior delas é a que justifica a importância crucial da Mística. Os Sentinelas aprenderam a reproduzir o mesmo poder dos mutantes por causa do sangue da Mística, sendo que o poder dela é apenas de imitar formas não imitar poderes, quem absorve e repete poderes é a Vampira que nem aparece neste filme. Mesmo as cenas de ação não me convenceram, por exemplo, aquela do #nãovaitercopa do Magneto foi absurda e despropositada. Enfim, vale assistir mas sem expectativa alguma.

Ponto de Vista

Um atentado terrorista num evento público na Espanha com o presidente dos Estados Unidos. O fato é exibido sob diferentes pontos de vista: de um policial local; de um turista americano com uma câmera; do presidente americano; de uma garota de 8 anos e sua mãe; dos terroristas... Enfim...

3.7.14

Caldeirão da Santa Cruz do Deserto

Dirigido por Rosemberg Cariry em 1983. Mil pessoas em 1930. Fundado pelo beato José Lourenço com o apoio de Padre Cícero em fins de década de vinte. Sociedade autônoma com produção própria de ferramentas, víveres e alimentos. Curral do governo de flagelados em 1932. Cerca de 40mil pessoas. 1935 instalaram escolas para crianças e adultos. 1934 morre Pe. Cícero. Departamento de Ordem Política e Social (DEOPS). 10/09/1936 uma tropa do exército invade o Caldeirão. 1937 beato e seguidores se escondem nos matos e em comunidades de outros beatos. 1938 Zé Lourenço volta ao Caldeirão. 12/02/1946 morre o beato José Lourenço nascido em 1872