25.7.14

O Cangaceiro


A direção é supervisionada por Carlos Coimbra diretor de dois clássicos do tema da década de 1960. É uma história de ficção com todas as referências possíveis do que era o sertão dos fins dos anos 1920. Reizado, bumba-meu-boi, ciranda, palhaços de circo, feirinhas, banda de coreto, xaxado, baião, poesia, etc. 
Atuações sofríveis. Sadismo violento e piadas fora de tempo. Frases de efeito sem grandes resultados, do tipo: 'Bala perdida não traz letreiro'; 'Chuva que muito troveja não cai'; 'Macaco que muito pula quer chumbo'; 'Cangaceiro sabe o dia que nasce mas não sabe o dia que morre"...
Situações e diálogos forçados e artificiais. E os sotaques irritam de tão forjados. 

É uma caricatura dos filmes anteriores. Originalidade passa longe deste filme. Tudo que presta aqui é arremedo do que se vê dois outros filmes de Carlos Coimbra. 

A opção estética do filme é um equívoco. Especialmente tendo Domiguinhos como cangaceiro cantando com playback a toda hora no acampamento. Mas ainda fica pior quando entra o jovem talentoso Alexandre Pires na trilha sonora.
A história se passa no interior de Pernambuco no início dos anos 1930. Galdino é um cangaceiro violento e sarcástico. Cobra uma 'paga' de vários fazendeiros. Suspeitando ter sido traído por um fazendeiro e o prefeito de uma pequena cidade, ele é seu bando invadem a cidade durante uma festa promovida pela prefeitura. Lá eles rendem as forças policiais, matam o prefeito e sequestram sua sobrinha para cobrar um resgate. Paralelamente, Maria, mulher de Galdino, arrasta a asa pra um dos subordinados dele e cria um clima tenso no bando. Ela está grávida do cara e o Galdino não sabe. O subordinado é Teodoro, um sujeito com cara de gaúcho e cheio de senso moral que fica tomando conta da refém. E é dizendo que não quer fazer mal a ela que ele consegue comê-lá e tirá-la escondida do cativeiro. O roteiro é ruim demais. Ainda botaram uma criança no meio do cangaço pra ser acobertada por Maria e ficar fazendo serviços de recado pro bando. E o menino só tá no enredo pra justificar a participação especial de dois atores famosos no início e no fim do filme. 
Existe também uma falta de respeito temporal que nem convêm comentar. Ainda pra fechar o filme, o tal Teodoro deixa a moça em proteção e enfrenta sozinho o bando de Galdino. Mas como é um filme Galdino faz um acordo de cavalheiro com o traidor o que permite que o garoto mate Galdino enquanto os cangaceiros matam Teodoro.

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