17.10.13

Faroeste Caboclo

Bom, muito bom. Tecnicamente impecável. A vida trágica de um pobre coitado e da filha de um senador da República. É um drama violento e triste ocorrido na Capital do Brasil. João, nascido na cidade de Santo Cristo (interior baiano), tem seu pai morto na sua frente (quando ainda criança) por um policial motivado por uma intriga boba. Adolescente, vê sua mãe morrer à míngua em casa. Sai para vingar o pai e é preso numa penitenciária para menores. Quando solto vai para Brasília encontrar Pablo, seu primo, traficante numa cidade satélite de Brasília. Consegue emprego numa carpintaria e ajuda eventualmente seu primo com o tráfico. O Plano Piloto de Brasília é área exclusiva de um traficante conhecido e violento. Numa entrega frustrada de drogas na Asa Sul, João foge da polícia e se esconde no apartamento de uma linda, melancólica e maconheira filha de senador. Eles se envolvem e se apaixonam. Ela, estudante de arquitetura na UNB, ele, carpinteiro, negro e analfabeto. Claro que iria dar merda! E deu, muita! A história é muito bem contada com argumentos e roteiro primorosos. As atuações são fortes e João é feio pra porra! Confesso que senti-me incomodado em ver aquela linda, doce e meiga mocinha com João. Enfim, quem conhece a música sabe o que rola - só não espere ver platéia na hora do duelo como conta a música. A produção de seis milhões de dólares fez milagres e deixou o figurino impecável, as caracterizações verossímeis, a fotografia clara, a direção rítmica e trilha sonora transcendente.

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