É praticamente uma evangelização. Conceitos de Carma, de Darma, plantar, colher, merecer, desejar, enfim... O mais incrível é a manutenção do alto nível de instigação e curiosidade durante quase três horas de exibição. Foram duas equipes de direção em seis histórias com os mesmos atores vivendo personagens distintas. É um filme místico, repleto de reflexões filosóficas, existenciais, transcendentais... E fica mais compreensível o porquê de tanta explicação paradoxal quando sabemos que um dos irmãos Wakolsky fez a cirurgia de mudança de sexo e virou mulher. Então todas as narrativas são contadas de maneira fluida, rítmica e entrecortadas, numa mescla de montagem linear apesar de cada história se passar em épocas e lugares diferentes. É um filme estranho. Com trilha sonora intimista, com textos cheios de máximas irrefutáveis, fotografia complexa e absurdamente diversificada. A direção é cadenciada com cortes controlados e sequências elaboradas plano a plano. Não acho possível captar muitos elementos do filme numa única assistida. É daqueles filmes que podem gerar horas e horas de debates, especulações e a teorias. Dizem que o livro do qual foi originado o roteiro era tipo como infilmável. Então está aí, pra quem quiser quebrar a cabeça um pouquinho sem machucar ninguém... "Cada um tem o que merece", "Só se colhe o que se planta", "Tem hora pra tudo", "Cada qual e seus cada quais"... Esses foram alguns dos provérbios que me vieram a mente enquanto tentava decodificar o que via.
Mad Max: Estrada da fúria
Há 9 anos