30.3.13

Repórteres de Guerra

(The Bang Bang Club)
Baseado no livro de dois fotógrafos (um deles brasileiro) que testemunharam os conflitos étnicos que precederam as eleições que tornaram Nelson Mandela (que mazela hoje num hospital sulafricano) o primeiro negro presidente da África do Sul. O 'Clube Bangue Bangue' é um grupo de quatro fotógrafos que receberam o apelido dos amigos jornalistas devido as suas fotografias mostrarem de forma perigosamente próxima os atentados à vida e a violência urbana cotidiana dos subúrbios de Johanesburg. A trilha sonora é ótima e original. A direção é cadenciada e a produção canadence é caprichada e cuidadosa. O filme conta como dois dos membros do grupo fazem por merecer o Pulitzer - maior prêmio jornalístico do mundo -, revela como a vida é frágil e o espírito deve ser forte especialmente em tempos de guerra. Bom filme.

O Hobbit

Título alternativo: 'A Verborrágica Terra Média'. Muito marketing pra tanta contação de história. Achei chato e longo. É legal rever aqueles atores carismáticos em personagens igualmente curiosos, no entanto a encheção de linguiça é demais. O povo caminha, anda, corre, pula e quando deveria acontecer alguma coisa eles deixam para o próximo capítulo. Claro que tem sequências de ação. Tem uma especialmente 'tão-tão' que mal dá pra acompanhar com uma única assistida do filme. Além disso a direção optou por uma dinâmica mais contemplativa dando destaque aos efeitos visuais e a natureza exuberante. Os anões querem retomar a montanha de seus ancestrais que fora surrupiada por um ente albino. Contam com ajuda de Gandalf. O mago cinza convoca para a expedição um hobbit tranquilo que sonha escrever um livro. Blá, blá, blá. Elfos os ajudam. Blá, blá, blá. Chegam na tal montanha. Blá, blá, blá. Hobbit encontra Gólum já com o 'Precioso'. Blá, blá, blá... Continua em 24 meses, obrigado.

PS. Não foi o Orc albino que surrupiou a montanha mas o dragão Smoug. Confesso que o blá blá blá da primeira hora me entediou mas o filme melhora muito na segunda metade.

007 - Operação Skyfall

Skyfall é o nome da fazenda onde James Bond foi criado. Um lugar ermo e desolado da Escócia. Falar dos aspectos técnicos é dispensável, posto que é uma superprodução tratada com esmero em todos os detalhes. Não entendi boa parte das piadas do filme (faz várias referências a filmes passados) e achei-o mais longo que o necessário. Reoleto de sequências fantásticamente impossíveis, absurdamente inéditas e incrivelmente verossímeis. Um ex-00 aterroriza o MI6 na figura de 'M'. Quer se vingar dela por se sentir traído. 007 a sequestra e atrai o ex-agente para o local esperado onde o pega de jeito. Isto não impede a aposentadoria compulsória de 'M' que se vê substituída.

Até que Sorte nos Separe

Padrão Globo de produção. Isso já diz muito da qualidade técnica do filme. O roteiro é engraçado e damos boas risadas durante toda a projeção. Um casal ganha na loteria e passam a esbanjar dinheiro com extrema facilidade. Em poucos anos sua fortuna é dilapidada e o gerente do banco recomenda um consultor financeiro para educar as práticas econômicas da família. Paralelamente, um outro enredo apimenta a trama, que é o excesso de controle e programação financeira do consultor. Por fim assenta-se uma questão filosófica de busca da felicidade através do equilíbrio e da sanidade nas atitudes do cotidiano. Revés para o ator no papel de consultor que é uma bicha louca presa no corpo de um homem. Af!

As Aventuras de Pi

A narrativa é toda em flashback. O dono de um zoológico na Índia resolvevender seus animais nos EUA e se mudar com a família para o Canadá (para onde eu deveria ir também) . Durante a viagem de navio, passando pela Fossa Mariana (é o Triângulo Oriental? Aquele que fica nas mesmas coordenadas do Triângulo das Bermudas do outro lado do planeta?) no Oceano Pacífico, o cargueiro naufragou. Num bote salvaram-se o filho caçula e alguns animais (zebra, macaco, hiena e tigre). Imagino haver algum significado simbólico para cada um destes animais, ainda mais por terem sobrevivido só o humano e o tigre... Após mais de duzentos dias ele e o tigre finalmente encalham em terra firme. Toda a película é uma luta de sobrevivência entre o racional e o irracional. A trama simples envolve sentimentos, atitudes e expectativas de comportamento com certo teor filosófico, profundidade poética e complexidade psicológica. O filme mantêm uma dinâmica instigante e a trilha sonora é perfeita e inédita. A fotografia e efeitos visuais são incríveis, além de exibir uma estética de encher os olhos. Bom filme pra toda família.

Argo

Verdadeiramente um filme envolvente. Uma história real contada de modo magnífico ao mesmo tempo em que reforça a mística das agências de serviço secreto. 1980 foi um ano de muitos avanços tecnocientíficos e significativas mudanças políticas internacionais. No filme devemos valorizar a excelência atingida pelo figurino, pela ambientação, caracterização dos personagens, pela belíssima trilha sonora, pelos takes e sequências de inquestionável qualidade, além da direção sensível e impecável de Ben Affleck. Lembrei agora de um sujeito que trabalhou comigo na Barsa Planeta em Brasília. Chamáva-o inicialmente de 'Ben' por considerá-lo parecido fisicamente com o ator. Ele por ignorância e arrogância demonstrou não ser digno do apelido ainda mais agora que atestei mais um talento inquestionável de B. Affleck. Enfim parabéns ao Ben e foda-se o tal sujeito. Lembrei também que Argo deriva do nome de um navio mitológico que fez A Odisséia (ou seria A Ilíada?) assim como serviu de inspiração ao antropólogo visual Bronislaw Malinowski que em 1922 publicou o épico tratado antropológico "Os Argonautas do Pacífico Ocidental". Livro que revolucionou o uso das imagens como método de pesquisa sociológica, antropológica e cultural.

Ted

O filme é uma grande metáfora. Trata de forma sutil de problemas existenciais graves. O roteirista é brilhante pois transformou numa 'comédia de situações' um assunto geralmente abordado de forma tensa e dramática. Os aspectos técnicos são todos acima da média, desde a trilha sonora, fotografia e direção até os efeitos especiais e os argumentos. O único amigo de um garoto é um urso de pelúcia. Por milagre insondável ele ganha vida e torna-se um sucesso multimídia instantâneo. O garoto cresce o urso é esquecido pela mídia. A amizade permanece. O urso gasta seu tempo em diversões mundanas pois sente (ou sabe, ou sei lá) que não encontrará sua alma gêmea, seu par perfeito, sua outra metade, enfim... O (agora adulto imaturo) garoto vive um relacionamento sério com uma moça que o ama. O cotidiano força-o decidir entre a amizade eterna do amigo e o amor eterno da parceira. É um belo filme, denso, engraçado, profundo, político, afetivo, romântico, impossível, verdadeiro.

29.3.13

Nazistas no Centro da Terra

Este filme parece que foi feito no quintal de alguém. É tão tosco que quase morro de rir.
Nada presta neste filme a não ser a originalidade da idéia. Tudo é tão esdrúxulo que surpreende.
Os efeitos especiais são de dar dó. Repleto de erros de continuidade e transições mal feitas. Botaram a cabeça ressuscitada de Hitler no mais primata dos robôs. Dr. Menguele monta nos subterrâneos da Antartida um laboratório onde faz experimentos na tentativa de ressuscitar o Fuher e alavancar o quarto Reich de mil anos. Que porra é essa! Um grupo de cientista americanos são capturados e vão morrendo um a um, enquanto um disco voador nazista pilotado pelo ridículo ciber-hitler vai atacar as Ilhas Falklands. Assistir este filme com amigos deve ser muito divertido. Qualquer filme de ficção científica da década de 1950 é melhor. Acho que nem os atores estavam acreditando naquilo pois as atuações são amadoras. Que desperdício.

Virtuality

Parece o piloto de uma série de tv. A falta de carisma dos atores é gritante. O excesso de clichês é vergonhoso. O planeta Terra está na iminência de uma catástrofe natural global. Um grupo de cientistas (das raças mais representativas) aceitam partir para outra galáxia (uma viagem de 10 anos só de ida) enquanto enquanto participam de um reality show que patrocina a expedição. Os efeitos especiais não são top mas enganam bem. A direção, fitografia e trilha são medianos pra baixo. Enfim...

5.3.13

Tropas Estelares

É um filme de 1997. Vi a primeira vez em fins de 1998. Um dos últimos representantes da Era dos VHS (Video Home System). Concorreu a Oscar e tudo mais. Sua categoria é 'ficção científica', mas trata-se de um filme de guerra. Sua narrativa, suas personagens, situações e tudo o mais se referem a uma luta armada envolvendo artilharia e ataques aéreos, erros de estratégia, conquista de patentes, testes, treinamentos e hierarquia. É também um dos mais certeiros exercícios de futurologia do cinema. Numa época em que não se cogitavam tablets em salas de aula ou telões de led espalhados pela cidade, nem videoconferências ou vídeomensagens. Está tudo lá. O filme tem um certo ranço 'ariano' quando trata de preservação da raça, na disciplina exacerbada e na igualdade de gêneros (banheiros mistos coletivos, por exemplo), na falta de protagonistas negros, nos usos ideológicos dos meios de comunicação, etc. No entanto, é um clássico da cinematografia. Ultraviolento, exibe muitas cenas de mutilação humana e naturaliza a tortura (da raça inimiga). A medicina também é fabulosamente retratada envolvendo fluidos nas mais diversas recuperações. A trilha sonora é magnífica e épica, capaz de levar o espírito das profudezas às alturas, do horror à glória. A fotografia é fabulosa, seja na Buenos Aires do futuro ou nos ásperos planetas dos insetos, assim como a estética dos interiores nas naves, nos edifícios ou nos campos (de treinamento, de batalhas, de passeios, etc.). A direção, assim como a edição, são incrivelmente diretas e sem muitas firulas. O roteiro é mágico pois envolve-nos a ponto de não percebermos as mais de 2 horas de filme, graças a sensível evolução das personagens, suas reações e amadurecimento no decorrer da trama. Resumidamente, insetos extraterrestres desviam um meteoro que dizima toda região de Buenos Aires ('A Jóia Sulamericana') matando 9 milhões de pessoas. O Governo Mundial (é, o mundo é uno!) declara guerra aos insetos. Com a ajuda da tv (altamente) interativa convocam toda juventude a assumir seu papél de cidadão e alistar-se no exército. "Eu faço minha parte, e você?"

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=4FMWWTfy-GQ&feature=youtube_gdata_player

Armageddon

O filme é 1998 e continua atual em todos os aspectos. A perfeição dos efeitos especiais, o realismo com que foram tratado os detalhes, a atuação coletiva, o texto, a trilha sonora, a fotografia, enfim, é um filme de ficção científica que dignifica a arte cinematográfica, assim como o corpo técnico e os espectadores. É o Estado da Arte. Um asteróide de proporções quilométricas está a 20 dias da Terra. Todas as agências astronáuticas do mundo se unem. Contratam especialistas em escavações e propecções geológicas para plantar no centro do meteoro uma bomba que permita despedaçá-lo e desviá-lo do planeta. Em meio as preparações e a toda alta tecnologia envolvida, o roteiro se preocupou em encher de sentimentos honrosos cada personagem. Repleto de humor, sarcasmo, piadinhas, falas de encorajamento e bajulação honesta, os argumentos tornam-se um elemento chave no carisma do filme. É um filme longo mas agradabilíssimo. Com Bruce Willis, Ben Afleck e outras figuraças de Hollywood. Entretenimento puro!

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=Iy4htJdcL5o&feature=youtube_gdata_player

Eles Vivem

O filme é da década de 1980 e traz ótimas idéias pobremente roteirizadas. Os diálogos são toscos, a fotografia é boa, os efeitos visuais são simples - na fronteira do cômico com o sinistro. A direção usa bem as várias combinações de lentes mas peca na dinâmica tensa que entedia ao invés de instigar. Uma batida de blues nos embala do início ao fim do filme tornando enjoativa a trilha sonora que é boa apesar de mal produzida. O senso de humor do filme é bobo e contrasta negativamente com a dinâmica impigida pela direção. Inconsistências à parte é legal no geral. A cafonice do figurino é ótima para se ter um retrato dos anos 80. Um pequeno grupo de voluntários de uma igreja descobrem que fomos invadidos por extraterrestres. Eles controlam a humanidade através de mensagens subliminares nos meios de comunicação. Um cientista inventa um tipo de óculos que nos permite ler estas mensagens e ver o verdadeiro rosto dos alienígenas. Alguns destes óculos caem nas mãos de um operário rude (interpretado por algum famoso e carismático lutador de luta livre da época) que fica meio pirado com a visão permitida pelos óculos e surta violentamente matando e sequestrando pessoas. O grupo de voluntários planeja emitir uma transmissão televisiva pirata para alertar o mundo, mas eles (os alienígenas) estão infiltrados em todos os orgãos de poder dos EUA e passam a caçá-los ferozmente.

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=lPmgR5ituU4&feature=youtube_gdata_player

Spiders

Assisti em inglês logo não entendi boa parte da narrativa e sabe Deus que título darão no Brasil. Como é um filme 'B' acho que será algo como "A Invasão das Aranhas do Espaço", "O Ataque das Aranhas Gigantes"(apesar de elas terem vários tamanhos) ou algo similar... Num satélite (ou estação espacial) astronautas (ou cosmonautas) são mortos por uma estranha raça de aranha. Alguns asteróides atingem o artefato e um detrito cai em Nova York atingindo um subterrâneo do metrô. O detrito trouxe exemplares das aranhas que se multiplicaram rapidamente. Engenheiros (com sotaque carregado, russo talvez?) e militares isolaram algumas quadras do local onde caiu o objeto e puseram em quarentena as pessoas que entraram em contato com o estranho artefato. O Governo afirmava cuidados contra vírus ou bactérias enquanto buscavam controlar a estranha comunidade de aranhas para usos bélicos. Vários funcionários do metrô foram mortos ao primeiro contato com as aranhas, assim como os mitológicos moradores dos subterrâneos da Big Apple. Elas multiplicavam-se muito rapidamente e cresciam loucamente. Mesmo o exército não conseguia mais contê-las... Enfim, a trilha sonora é bacana, os efeitos especiais são relativamente bons (os detalhes dos dentes das aranhas ficaram toscos apesar de à distância parecerem verossímeis e os movimentos estarem legais). A direção é boa e sucinta, com cortes rápidos e envolventes. A trilha sonora tem umas batidas eletrônicas legais. A fotografia é questionável, mas é agradável de modo geral. O roteiro é non-sense e nos dá alguns sustos com a ajuda da sonoplastia. É um filme rápido, simples e curioso: a cidade não pára apesar daquela linha de metrô estar interrompida. Viva a civilização!

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=sgINLiZn3E4&feature=youtube_gdata_player